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Adorei este artigo!!!

E queria compartilhar com vocês algumas partes...
Mostra que mesmo quando tudo parece correr mal, não devemos de deixar de acreditar em nós e nas nossas capacidades.

A beleza, diz-se, vem de dentro. Apesar de conhecermos esta verdade, tantas vezes repetida ao ponto de perder o significado, sabemos, porque sentimos, que a sensação de bem-estar, a alegria, a leveza são muitas vezes a causa de nos sentirmos mais belos. E, se para o exterior traçamos metas, praticamos exercício, procuramos uma dieta saudável, então é justo pensar e decidir que a beleza interior é merecedora de tantos ou mais cuidados. Enquanto pensa em perder uns quilos por fora, porque não decidir também perdê-los por dentro e recuperar o bem-estar, o equilíbrio e a alegria de viver? Não será a beleza um sinónimo também de felicidade? Não será a elegância também fruto da leveza com que caminhamos?

Perder peso por dentro é eliminar, largar ou cortar com o que está a mais. É tal e qual como perder peso por fora. É escolher entre o que nos faz bem e nos torna mais leves ou o que nos pesa como um fardo. Perder peso, seja interior ou exterior, é uma resolução que visa recuperar a saúde, o bem-estar e a estima que temos por nós.

“Penso que o maior peso interior é a culpa”, refere-nos Tsering Paldron, monja budista [nascida Emília Marques Rosa, em 1954]. “Uma coisa é arrepender-me de algo errado que fiz e decidir não repetir esse erro, outra é martirizar-me com essa culpa.” É um sentimento completamente estéril, reitera Tsering, porque não é possível voltar atrás e desfazer o que está feito. Por outro lado, enquanto continuamos presos à culpa, esta impede-nos de avançar e inclusive de mudar.

Na opinião de Tsering, associamos a ideia de perdoar a desculpar alguém pelo mal que nos fez. Mas há muitas formas de perdoar, diz. “Quem não se perdoa si próprio guarda uma espécie de rancor para consigo mesmo. Há que perdoar a si, aos outros e à vida, aceitando que as coisas aconteceram tal como aconteceram e não como gostaríamos que tivessem acon- tecido. Há que pousar o fardo.”


A verdadeira liberdade

• “Não há nada que nos aprisione realmente. A prisão está dentro de nós. O sentimento de estar preso tem a ver com a maneira como fui olhando para a situação e como me posicionei dentro nela”, diz Tsering Paldron

• Seja um casamento ou um emprego, a verdade é que nada nos pode impedir de sair. “Imagine que resolveu ficar uma semana sem sair de casa. Agora imagine que lhe dizem que tem de ficar uma semana fechada em casa. É a ideia de estar preso que nos faz sentir prisioneiros”

• A verdadeira liberdade é olhar para o mundo e ver a sua verdadeira natureza, descreve Tsering Paldron. “É como ser um vagabundo, um nómada. É perceber que onde quer que estejamos estamos de passagem, seja neste emprego, nesta relação, neste corpo, nesta vida ou neste mundo. Quando se percebe isto, é possível sentirmo-nos mais livres”


Enquanto não nos desfazemos da culpa, mantendo-a latente ou até alimentando-a, aceitamos carregar todos os dias uma série de pesos: fúria, revolta, ressentimento. “Quanto mais me identifico com essas coisas, mais elas me pertencem e me defino em relação a elas”, explica Tsering. “É completamente perverso mantermo--nos agarrados ao sofrimento.”

Depois, há o medo. Medo de sair de uma relação insatisfatória, medo de largar um emprego que corrói a auto-estima, medo de mudar. “Superar o medo é muito difícil, assim como a culpa. Acho que tem que ver com a forma como vemos e estamos no mundo. Se vir o mundo como um lugar ameaçador, onde acontece sempre o pior, onde ao mais pequeno deslize vou ser trucidada, então sinto-me sempre sem saída”, observa Tsering. Mas se começarmos a ver o mundo de uma maneira muito mais leve, se entendermos que as coisas são impermanentes, que tudo é relativo e nada é eterno, compreendemos que de facto existe espaço e oportunidade para uma mudança positiva.

Para emagrecer por dentro, primeiro, é preciso pesar o coração. É preciso olhar para a forma como se caminha – se se arrasta, vergada sob o peso da vida, ou se flui, como se cada passo fosse espontâneo e natural. É preciso notar quantas vezes repete “estou farta”, “estou cheia”, “é de mais”. E se é assim, então tudo isso é excesso de peso.

Isabel Marinheiro Oliveira era empresária. Tinha 43 anos quando percebeu que carregava um enorme fardo. “Na altura, ocupava o cargo de directora comercial num sector altamente competitivo. A depressão obrigou-me a parar. Julguei que seria uma pausa de três meses, mas só voltei a trabalhar sete anos depois”, conta.

A história de Isabel é a história de uma mulher que resolveu largar um modelo de vida, e cujo processo de mudança foi lento, mas totalmente regenerador. Durante os primeiros três anos não encontrou em- prego. Sem opções, vendeu a casa. “Percebi que não voltaria ao mundo empresarial. Optei pela aventura da vida e não pela segurança.” Com o dinheiro da venda da casa investiu em si própria e num percurso de descoberta e reinvenção de si mesma. “Larguei a competição e a ausência de paz que a vida empresarial me exigia. Não podia continuar mais. Não tinha mais forças para continuar.”

Hoje, Isabel Oliveira é instrutora de meditação, credenciada pelo Centro Chopra. “Os anos que vivi parada e sem dinheiro ajudaram-me a ver a inteligência universal que nos sustém. Nunca guardei dinheiro sequer para o mês seguinte. É pena que as pessoas não acreditem ou saibam que podem confiar na vida. Seria um mundo muito diferente, pois poderiam ser livres, descobrir o seu verdadeiro potencial e encontrar o sentido da vida”, afirma.

Também ela experimentou a força paralisante do medo, mas resolveu enfrentá-lo. “Decidi fazer um retiro, numa caravana, sozinha. Quando caiu a noite, fiquei apavorada. Senti--me completamente só e desprotegida, mas decidi não desistir e no dia seguinte continuei… até que acabei por deixar de sentir medo.”

Isabel encontrou na meditação não só uma ferramenta de limpeza mas também um modo de vida. “A meditação conduz-nos ao nosso eu interior, pára o pensamento e torna possível ser-se tocado pela alma, recebendo a intuição e o discernimento para tomar decisões”, assegura. Como instrutora, afirma que é es-sencial libertarmo-nos da tirania da mente e das tensões relacionadas com o passado e com o futuro. “Desse modo, seremos capazes de sentir o que é o ‘agora’ e a alegria que habita no nosso interior quando a mente se aquieta”, observa. Segundo Isabel Oliveira, a meditação é um instrumento precioso para criar o estado de espírito que leva à erradicação dos pesos que sobrecarregam a alma e o coração.

“Acaba por levar a pessoa a libertar--se da escravidão que a mente impõe. O vazio existencial pode ser finalmente preenchido”, conclui.


“Optei pela aventura da vida
e não pela segurança. Larguei
a competição e a ausência de paz.”

“Uma dieta espiritual é como
uma boa higiene oral:
é preciso limpar os resíduos
que ficam dentro de nós.”
Sofrer de excesso de peso interior tem de facto alguma analogia com o processo digestivo. É como ficar enfartado, cheio, ou não conseguir fazer a digestão correcta daquilo que entra nas nossas vidas.

“Quando deixamos que certas situações ultrapassem determinados limites, quando verificamos que nos alimentamos de coisas que já não nos fazem felizes e ainda assim continuamos a ingeri-las, corremos o risco de acumular peso a mais”, confirma Cristina Gomes, psicóloga. Segundo a terapeuta, tal pode significar simplesmente que continuamos presos a padrões comportamentais e/ou cognitivos que nos levam sistematicamente a situações de insatisfação interior.

“Temos muito pouco tempo para parar, para reflectir, para processar os acontecimentos do nosso dia-a-dia… os nossos sentimentos”, observa. Depois, frisa a terapeuta, enraizou--se a ideia de que devemos estar sempre bem, felizes, e que mostrar tristeza é sinónimo de mostrar fraqueza. “Tudo isso contribui para que se evite olhar de frente para o que temos cá dentro. E cá dentro, podemos acumular muitas coisas! Ressentimentos, frustrações, mágoas, desilusões… pesos que podem tornar-se verdadeiramente insuportáveis.”

Alexandra Figueiredo tem 23 anos. É assistente de radiologia, vive no Porto e sabe bem que o que é de mais é tão mau quanto o que é de menos. Conta que sofreu uma mudança muito brusca, de um ambiente de trabalho harmonioso, para outro, altamente agressivo. A somar aos resultados dessa mudança, Alexandra sofria ainda as sequelas de uma relação que terminara aparentemente bem, mas cuja mágoa continuava por curar.

“Tive consciência que estava à beira do abismo. A minha auto-estima ficou no chão. Procurei ajuda especializada e recusei-me a tomar medicamentos. Não queria disfarçar a dor. Queria entendê-la e ultrapassá-la”, afirma. Durante o processo, Alexandra percebeu que carregava pesos insuspeitos: que guardava uma mágoa profunda por ter sido traída pelo ex-namorado, que impunha sobre si um padrão de comportamento para agradar aos outros e que se tinha forçado sempre a ser a “boa filha”. Descobriu que tudo isso era peso a mais e que o amor-próprio, esse, era de menos. “Durante cerca de duas semanas fiz um exercício que consistia em escrever a mesma frase dez vezes por dia. Quando a minha psicóloga me deu a tarefa, pensei que seria fácil. Depois percebi que não, que tinha muito para esvaziar. Chorei muito, mas com o tempo, a tristeza foi-se atenuando até que deixou de me afectar.” A frase era: “Perdoo-te por teres feito escolhas diferentes das minhas.”

O fardo de corresponder às expectativas dos outros, a mágoa ou o ressentimento podem ser como o hábito de comer sempre o bombom junto com o café. Parece que não vai acrescentar mais nada, mas aos poucos, vai contribuindo para aumentar a reserva de mal-estar. “É a minha cruz”, diz-se. É verdade que ninguém nos pode impedir de sermos infelizes, mas o contrário também é verdade.

“Nada que seja exterior a mim me pode fazer mal”, insiste Sofia Carvalho. Com 39 anos, esta médica dentista já percorreu caminhos que, para muitos, colidem com a objectividade da verdade científica. Mas, para Sofia, devemos confiar também naquilo que sentimos. Acredita em vidas passadas, em reencarnação e está convicta que cada experiência, por mais amarga que seja, é uma grande oportunidade para aprender e melhorar. Foi assim que ultrapassou a claustrofobia, e tem sido assim que, progressivamente, se tem libertado das ardilosas armadilhas do ego. “Uma dieta espiritual”, diz, “é como uma boa higiene oral – é preciso limpar todos os dias os resíduos que ficam dentro de nós e que minam o nosso equilíbrio.” Sofia Car- valho optou por ser a própria agente da sua higiene. “Só nos afecta aquilo que nos reflecte. O grande equívoco é achar que os outros são os grandes culpados. Esse é o caminho da vitimização, que frequentemente conduz ao desalento ou à depressão. Temos de decidir se queremos ser as eternas vítimas dos outros, se queremos ser escravos de títulos e bens materiais ou se realmente queremos ser quem somos.”
( no site Máxima)

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